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Discussão geral / Re: Condições PTN
« Última mensagem por JaimeAlbertoSantosCardoso em Julho 27, 2018, 01:30:21 pm »
A verdade é que quem estude Química/Física tem que distinguir pelo menos 3 convenções adoptadas internacionalmente (sabendo-se que  0 ºC = 273.15 K ).
As condições “NTP” de Pressão e Temperatura Normais ptn. foram definidas pelo “NIST”: uma atmosfera e  vinte graus Celsius.
As condições “STP” padrão de Pressão e Temperatura ptp. (deveria ser esta a usar generalizadamente nos E.B.S. mas também não o é!) foram definidas pela “IUPAC”: 105 pascal (= bar, unidade a evitar) e zero graus Celsius.
A condição “SS” de estado padrão serve de referência generalizada para propriedades termodinâmicas, recomendando a “IUPAC” ser também 105 pascal; e é aqui que há muitas tabelas a darem valores desta condição à temperatura de vinte e cinco (havendo menos e.g. a zero) graus Celsius; advindo então daqui a confusão na questão colocada.
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Sabidas limitações inerentes à redução de corpo a partícula material e eventuais confusões didácticas daí resultantes na Física do Ensino Secundário - mas também a inviabilidade de não começar a ensiná-la com tal modelização como fizeram os "pais" da Física, a fim de conseguirem, a partir do real, obter as leis da Mecânica Clássica -, estava(mos) habituado(s) a considerar válida tal redução desde que cumpridas duas condições no fenómeno em estudo. Citando o próprio manual "Novo 10F" (2015) dos autores do programa actual,
«O modelo do centro de massa (redução do sistema a uma partícula) aplica-se:
- quando não se tem em conta variações de energia interna do sistema (o sistema é mecânico);
- quando o sistema, indeformável, apenas tem movimento de translação.»
Haverá, mesmo aqui, uma identificação quiçá excessiva entre a aplicação aqui do modelo do centro de massa de sistemas de partículas – assim possível para sistemas com movimentos não rotativos – e redução do sistema a partícula (talvez melhor acrescentar «material», a fim de começar também a distinguir entre o domínio do macroscópico e o do submicroscópico?) – esta última para evitar, numa fase didáctica inicial (em questões contextualizadas e.g. à superfície da Terra), incluir os atritos que, mesmo não causando rotação do sistema, levam inevitavelmente aos conceitos de dissipação da energia interna (térmica) de pelo menos dois sistemas mecânicos ligados entre si. Usei o adjectivo «excessivo» tendo em conta a definição rigorosa de centro de massa (v. e.g. https://en.wikipedia.org/wiki/Center_of_mass).
Então, a estarem certos os autores do programa, porque não problematizou a SPF no “parecer_exame_FQA_2018_Fase1.pdf” a incorrecção, neste exame, inclusa no Grupo II.1: «Considere que a esfera pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material)»?
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Discussão geral / Condições PTN
« Última mensagem por Alexandra Patricio em Janeiro 13, 2017, 08:58:51 pm »
Boa noite,

Gostaria de saber qual o motivo pelo qual se usa T = 0ºC para a temperatura, em condições "normais", já que não me parece nada normal estar num laboratório a 0ºC. Quando estudei no secundário, falaram-me em 25ºC, para a temperatura normal. Agora usa-se 0ºC. Procurei em vários livros universitários de Química, mas só encontrei referência a condições de pressão e temperatura padrão (PTP), ou standard, quando a referência era 0ºC.

A que se deve esta alteração?

Desde que lecciono (não uso pessoalmente o AO90) no Ensino Secundário que tenho esta dúvida. Se me pudessem esclarecer agradecia muito.

Obrigada desde já.
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Discussão geral / Re: Ordens de Grandeza
« Última mensagem por Helena Vieira Alberto em Outubro 29, 2016, 11:00:43 pm »
Ordem de grandeza é um conceito usado no cálculo de estimativas e não em cálculos exatos. Por isso mesmo não existem convenções universais para seguir de forma literal. A esse propósito, vale a pena consultar “Goldreich, Peter, Sanjoy Mahajan, and Sterl Phinney. "Order-of-Magnitude Physics: Understanding the World with Dimensional Analysis, Educated Guesswork, and White Lies." University of Cambridge (1999)” , disponível no link http://www.inference.phy.cam.ac.uk/sanjoy/oom/book-letter.pdf. Neste livro são usadas situações concretas para ilustrar como fazer cálculos aproximados, porque só em situações concretas sabemos avaliar o que é mais razoável. Os exemplos escolhidos são pensados para estudantes universitários, mas a abordagem do livro pode ser adaptada ao secundário.

Ainda assim, há expressões cujo significado é consensual. Como a representação de um número se faz usualmente na base 10, ao comparar dois números diferentes, dizemos que “dois números diferem de uma ordem de grandeza”, se o quociente entre eles for aproximadamente 10. Se nos referirmos a um número isoladamente, a ordem de grandeza de um número é a potência de 10 mais próxima e a forma mais clara de a expressar é escrever 10^n. Assim, para 1x10^2 dizemos que a ordem de grandeza é 10^2 ou “ a ordem de grandeza é a centena”. Mas se compararmos 1x10^2 com 1x10^5 dizemos que diferem de três ordens de grandeza, ou seja, há um fator de 10^3 entre ambos.

A questão colocada sobre a ordem de grandeza de 4x10^2 diz respeito ao critério para determinar a potência de 10 mais próxima. Consideremos dois critérios possíveis: i) escrever o número na notação científica, isto é como A x 10^n em que A é um fator entre 1 e 10; adotar 10^n como ordem de grandeza do número. ii) calcular o logaritmo decimal do número, arredondar para o inteiro n mais próximo e tomar como ordem de grandeza 10^n. No caso de 4x10^2 os dois critérios conduzem a resultados diferentes. O que fazer?

É importante não perder de vista que o conceito de ordem de grandeza é usado no cálculo de estimativas e é essencial usar a nossa razoabilidade e sentido crítico nas situações concretas em consideração. Se pretendermos simplesmente substituir um número pela potência de 10 mais próxima, numa escala linear, é inequívoco que, 4x10^2=400 é mais próximo de 100 do que de 1000 e por isso a ordem de grandeza deve ser 100=10^2 e não 10^3 como o critério ii) indica, com base numa escala logarítmica. O critério i) também deve ser usado com cuidado, porque, por ex., 99 e 110 são ambos mais próximos de 100 do que de 10 ou de 1000, ou seja são ambos da ordem de grandeza da centena (ou de 10^2); no entanto, em notação científica escrevem-se como 9,9x10^1 e 1,1x10^2 e a utilização acrítica do critério i) conduz a um resultado absurdo. Se estamos a usar uma escala linear, o melhor critério será escrever um número na forma B x10^n onde B é um número entre 0,55 e 5,4 e tomar 10^n como a ordem de grandeza do número.

No entanto, há situações concretas em que a escala logarítmica é a mais adequada para fazer estimativas. Por exemplo, suponhamos que um visitante não europeu tenta adivinhar qual a nota de euros que representa a quantia mais elevada de dinheiro a circular na zona euro. Existem notas de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 euros, ou seja há duas ordens de grandeza entre o valor mínimo e o valor máximo. Na ausência de mais informação, o visitante tenderá a escolher, em primeira aproximação, um valor médio entre 5 e 500. As notas não são igualmente espaçadas numa escala linear, mas são aproximadamente equidistantes numa escala logarítmica (log200-log100=log20-log10 <=> 200/100=20/10, por ex). Na verdade, o valor das notas de euro é sempre um múltiplo de 5 euros. O valor médio na escala logarítmica é, neste caso, uma estimativa melhor do que a média aritmética numa escala linear. A média aritmética conduz-nos a (5+500)/2~250, que é claramente demasiado elevado. O cálculo na escala logarítmica conduz-nos à chamada média geométrica, que neste caso é (5x500)^(1/2) =50 (pois (log5+log500)/2=log((5x500)^(1/2))=log(50)). De acordo com os dados do Banco Central Europeu, em 2013 as notas de 50 euros representavam cerca de 42% do valor total em circulação na zona euro.

Retomando a questão de como determinar a potência de 10 mais próxima, num intervalo entre 1 e 10 o ponto médio, numa escala linear, é dado pela média aritmética (1+10)/2=5,5; numa escala logarítmica, é dado pela média geométrica (1x10)^(1/2)=3,16. Quando comparamos distâncias entre cidades, a escala linear é a mais adequada, quando discutimos intensidades de sismos ou níveis sonoros a escala logarítmica é a escolha acertada. O melhor critério depende sempre do caso concreto em consideração.
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Discussão geral / Re: Ordens de Grandeza
« Última mensagem por Jantunes em Outubro 20, 2016, 04:35:34 pm »
Olá,

eu não sei se existe algum consenso nessa matéria mas a definição que encontro é a potência de 10 mais próxima do número em questão.
No entanto alguns autores referem a comparação com a potencia média entre 10^0 e 10^1 ou seja 10^0.5, assim qualquer número cuja mantissa fosse superior a 10^0.5 (3.16), somaria mais uma unidade ao expoente.

Também não sei responder a essa questão, no entanto julgo que em questão de exame não serão colocados valores cuja mantissa esteja no intervalo entre 3.16 a 5.5, pois poderia criar alguma ambiguidade.
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Discussão geral / Re: FQA - novo e velho programa
« Última mensagem por Jantunes em Outubro 19, 2016, 03:26:26 pm »
As alterações não foram de facto muitas: Supressão das leis da radiação, da modulação de sinais, arquitectura do universo, números quânticos em níveis atómicos (10.º ano).
Introdução dos fenómenos eléctricos(10.º ano)
 Também foram introduzidos no novo programa a polaridade das moléculas e as ligações intermoleculares.

Deixaram de ser obrigatórios o uso dos contextos específicos (ex: sistemas de posicionamento etc)

Penso que nas turmas com alunos com os dois programas deve ser feito algum trabalho, no sentido de harmonizar a forma de leccionar os novos conteúdos.
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Discussão geral / FQA - novo e velho programa
« Última mensagem por Maria Goreti em Outubro 14, 2016, 01:49:52 pm »
De acordo com o Ofício Circular S-DGE/2016/3793,  no exame nacional da disciplina de Física e Química A, a realizar em 2016/2017, os alunos só podem usar calculadoras científicas. Esta questão parece de fácil resolução.

De acordo com o http://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Legislacao/oficio_circular_exame_nacional-fqa.pdf S-DGE/2016/3678 - Implementação do novo Programa e Metas Curriculares da disciplina de Física e Química A, nos Cursos Científico-Humanísticos, poderão surgir algumas dificuldades.

Poderemos refletir sobre aspetos como:
- pontos (não) comuns aos dois programas
- pré-requisitos (ponto 7 do ofício)

Poderá parecer fácil para quem tenha lecionado o anterior programa, mas nem todos estamos nessa situação.

IAVE, 14 de outubro - Informações Gerais em http://provas.iave.pt/np4/file/162/IP_Informa__es_Gerais.pdf


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Discussão geral / Ordens de Grandeza
« Última mensagem por FatimaMarques em Outubro 11, 2016, 07:40:08 pm »
No secundário quando se pergunta qual é a ordem de grandeza de um determinado número, por exemplo, 4x10^2, alguns livros deixam claro que a potência mais próxima é 10^2, mas como 4 é superior a 3,16 já vi considerarem 10^3. O que está certo e como se deve abordar no secundário?

1x10^2. A ordem de grandeza é 2 ou 10^2?
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Discussão geral / Abertura
« Última mensagem por SPF admin em Junho 03, 2016, 03:55:46 pm »
Este fórum é gerido pela Divisão de Educação da Sociedade Portuguesa de Física e é dirigido, fundamentalmente, aos professores dos ensinos básico e secundário do grupo de recrutamento 510.

Pretende constituir-se como um espaço de apoio aos professores, onde estes possam colocar as questões que entendam relacionadas com a física, o seu ensino e a sua aprendizagem. Uma das condições para que as respostas possam ajudar no esclarecimento das dúvidas é uma formulação simples e objetiva dos problemas identificados pelo professor que coloca uma determinada questão no fórum.
Este fórum é também um espaço de livre interação entre professores, condição que decerto ajudará a que possa atingir a sua finalidade de apoio ao processo de ensino-aprendizagem da física no 3.º ciclo do ensino básico e no ensino secundário.
 
Um conjunto de professores dos ensinos básico e secundário, e do ensino superior, disponibilizaram-se para colaborar nas respostas  a essas questões. Temos a colaboração de professores de várias Escolas do 3.º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, e das Universidades de Aveiro, Coimbra, Lisboa, Minho e Porto.

Pretende-se que as respostas às questões colocadas sejam claras e bem estruturadas, de modo a, mais tarde, poderem ser úteis a outros professores que tenham a mesma dúvida. Por isso não se pretende uma resposta imediata, mas uma resposta mais elaborada, o que exige sempre algum tempo de reflexão na redação do texto (o que não impede que também caiba a resposta no momento, se se revelar mais adequada face à dúvida colocada).

Esperemos que o espaço se revele útil para os professores dos ensinos básico e secundário, e que todos possamos ficar um pouco mais ricos com aquilo que pudermos aprender.

O Coordenador da Divisão de Educação da SPF
Carlos Portela
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